Objectivos do Site “Aprenda
Ronga”
A criação deste site foi motivada pelo facto de que ultimamente a língua
ronga (xizronga) é cada vez menos falada ou, então, mal falada, sobretudo no
seio da população jovem. Aliás, há até alguma confusão entre esta língua e a
língua-parenta, o xichangana. Tem-se observado que muitos falam xizronga, no
entanto quando se lhes pergunta qual é a sua língua materna, respondem: “changana”.
Um simples teste pode revelar que, afinal, estão errados. Aquilo que pensam
falar é, na verdade, a língua ronga, e não a língua changana.
Por outro lado, há muitos moçambicanos oriundos do centro e norte do país
que, quando chegam à cidade de Maputo e arredores, ficam confusos quanto à língua
deste local. O mesmo se dá com os estrangeiros. É comum ouvirem dizer que a
língua local é ronga, enquanto outros lhes dizem que é changana.
Convenhamos, as duas são verdades. A diferença é que o xizronga é a língua
originalmente falada em toda a região da cidade de Maputo e arredores, e boa
parte da Província do mesmo nome. O xichangana, por outro lado, é
predominantemente falado na Província de Gaza e no distrito de Magude, bem como
em partes dos distritos de Moamba e Namaacha, na Província de Maputo. Depois da
independência, verificou-se uma maior migração dos falantes da língua changana para
a capital, o que permitiu a essa língua ganhar mais terreno em relação à língua
ronga.
A convivência entre as duas línguas fez bem e mal a ambas. Por exemplo,
tanto o xizronga quanto o xichangana enriqueceram o seu vocabulário através de
empréstimos. Basta ver os dicionários do Prof. Bento Sitoe para confirmar este
facto. Contudo, as duas línguas hoje perderam significativamente a sua
estrutura gramatical original devido à influência mútua. E, para um observador
atento, o xizronga é que saiu em maior prejuízo nessa convivência. Isto pode
ser confirmado por qualquer um que esteja familiarizado com a música actual em
xichangana e em xizronga.
Este site é uma pequena contribuição do autor visando a preservação de um
bem comum chamado língua ronga. O autor sente-se enormemente endividado à
sociedade em que nasceu, cresceu e aprendeu – e continua a aprender – xizronga.
Como forma de pagar essa dívida, o autor aposta em ensinar esta língua aos não falantes,
com a crença de que os nativos também achem proveitoso o material apresentado
neste site.
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